Escola particular identifica falta de dinheiro e aponta funcionária como suspeita no Paraná

Foto: DC Mais

A Polícia Civil do Paraná concluiu o inquérito policial que investigou um esquema de apropriação indébita e estelionato praticado por uma ex-funcionária de uma instituição de ensino privada em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. A apuração foi conduzida pelo 2º Distrito Policial do município e teve as informações divulgadas nesta segunda-feira (15).

A investigada, uma jovem de 25 anos, trabalhou como recepcionista da escola entre os meses de maio e setembro de 2025. Segundo a Polícia Civil, ela se aproveitou da posição de confiança e do acesso aos sistemas internos da instituição para desviar valores pagos por pais e responsáveis financeiros de alunos. O prejuízo comprovado até o momento soma R$ 8.156,01.

De acordo com as investigações, a ex-funcionária induzia as vítimas a realizarem pagamentos de mensalidades, materiais escolares e supostos acordos financeiros diretamente em sua conta bancária pessoal. Para isso, alegava falsamente que os valores seriam destinados à escola. O nome da instituição não foi divulgado, mas a Polícia Civil informou que a direção está entrando em contato com as vítimas para regularizar as pendências individualmente.

Descoberta do esquema

O esquema veio à tona quando responsáveis financeiros passaram a ser cobrados novamente por débitos que acreditavam já ter quitado. Ao apresentarem os comprovantes de pagamento, a escola constatou que os valores haviam sido transferidos para a conta pessoal da recepcionista e nunca chegaram aos cofres da instituição.

As apurações revelaram ainda que a investigada utilizava o aplicativo WhatsApp para se comunicar com os responsáveis, enviando links de pagamento e criando falsas narrativas sobre acordos e benefícios supostamente autorizados pela direção da escola. Para dar aparência de legalidade às transações, ela manipulava registros no sistema interno de chamados (OTRS) e falsificava e-mails institucionais, com o objetivo de encobrir os desvios.

Inicialmente, foram identificados três casos principais, todos ocorridos em agosto de 2025, com valores de R$ 4.300,00, R$ 1.063,72 e R$ 1.000,00. Após representação do delegado responsável pelo caso, Derick Moura Jorge, a Justiça autorizou a quebra do sigilo bancário da investigada. A medida revelou outros três desvios, nos valores de R$ 216,94, R$ 655,35 e R$ 920,00, envolvendo mais três responsáveis financeiros.

Promessa de devolução não cumprida

A ex-funcionária foi demitida em setembro de 2025, mas, conforme a investigação, continuou mantendo contato com responsáveis financeiros por WhatsApp e e-mail, reforçando a falsa impressão de que ainda atuava em nome da instituição. Em outubro, a escola notificou extrajudicialmente a suspeita, que se comprometeu a devolver os valores até o dia 7 de novembro, o que não ocorreu.

Durante o interrogatório policial, a investigada optou por permanecer em silêncio, exercendo o direito constitucional.

Ela foi indiciada pelos crimes de apropriação indébita qualificada, estelionato, falsificação de documento particular, falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistema de informações, todos previstos no Código Penal. O inquérito foi concluído e encaminhado ao Ministério Público, que irá analisar o caso e decidir sobre as medidas judiciais cabíveis.

Fonte: CGN